Split payment pode reduzir em até R$ 500 bilhões a sonegação no Brasil, aponta tributarista

A reforma tributária trará mudanças profundas para o ambiente de negócios no Brasil. Entre as inovações previstas, uma das mais impactantes é o split payment, sistema que promete revolucionar a forma de recolhimento de tributos.

De acordo com o tributarista Lucas Ribeiro, fundador e CEO da ROIT, a implementação do mecanismo poderá garantir ao governo federal uma arrecadação anual entre R$ 400 bilhões e R$ 500 bilhões, valores que hoje são sonegados no país.

O que é o split payment?

O split payment é um sistema de cobrança automatizada de impostos que fará a segregação dos tributos no momento do pagamento de uma transação. Ou seja, em vez de o valor integral passar pelo caixa da empresa para depois ser repassado ao Fisco, a parcela referente a tributos será direcionada automaticamente ao governo.

Esse modelo elimina a dependência de guias de recolhimento e prazos burocráticos, garantindo maior eficiência e reduzindo as margens para inadimplência ou sonegação.

Quanto o governo pode arrecadar?

As estimativas apresentadas por Ribeiro estão em linha com números já divulgados por instituições de referência:

  • O IBPT estima em cerca de R$ 400 bilhões por ano a sonegação fiscal no Brasil.
  • O Sonegômetro do Sinprofaz calcula que o montante ultrapasse R$ 600 bilhões anuais.

Com o split payment, uma parte expressiva desse valor poderá ser recuperada, representando uma transformação estrutural para a arrecadação tributária.

Quando o sistema entra em vigor?

A previsão oficial é de que o split payment comece a funcionar em 1º de janeiro de 2027. Porém, devido à sua complexidade tecnológica e operacional, especialistas avaliam que sua efetivação prática pode ocorrer apenas em 2028.

Impactos para as empresas

O novo modelo exigirá adaptação das companhias, especialmente em relação ao fluxo de caixa.
Com o split payment, os tributos devidos não passarão mais pelas contas das empresas, alterando a forma como os negócios administram entradas e saídas financeiras.

Para Ribeiro, trata-se do fim dos atrasos no recolhimento e da burocracia das guias, mas também de um desafio de gestão.

“Os valores de impostos não vão mais transitar pelo caixa da empresa. Isso muda a dinâmica financeira, exigindo uma preparação antecipada”, alerta o tributarista.

Por que começar a se preparar agora?

Mesmo com alguns anos até sua implementação, o split payment demanda planejamento estratégico desde já. As empresas precisarão revisar sistemas de gestão, processos contábeis e controles internos para se adaptar à nova realidade tributária.

Conclusão

O split payment é uma das mudanças mais disruptivas da reforma tributária. Se bem implementado, poderá reduzir drasticamente a sonegação, aumentar a transparência e simplificar o recolhimento de impostos no Brasil.

Ao mesmo tempo, representa um novo desafio para a gestão empresarial, que terá de se adaptar a um cenário em que a autonomia sobre o recolhimento dos tributos deixa de existir.

Sobre o IBPT

Os estudos do IBPT são referências no mercado e visam identificar a carga tributária dos diversos setores da economia brasileira ou de uma empresa, especificamente. Eles fornecem um diagnóstico da tributação que incide sobre determinadas atividades, com dados suficientes para implementar uma gestão tributária e aumentar a competitividade. Realizamos pesquisas corporativas e de setores específicos para reduzir o peso dos tributos por meio de uma gestão tributária eficiente.

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